A classificação das PEMT

A classificação das PEMT

Por Roland Robert Colombari

Com o intuito de auxiliar a resolver dúvidas relacionadas a operação de equipamentos, vamos abordar, periodicamente, um tema específico, trazendo o máximo de esclarecimentos que o nosso conhecimento permite.

Mande suas dúvidas e sugestões de temas referente a operação de máquinas e equipamentos. Vamos responder da melhor forma possível!

O tema que vamos abordar agora é a classificação das PEMT, ou como costumávamos chamar, PTA – Plataformas Aéreas de Trabalho.

Uma das maiores dificuldades que observamos, quando falamos da certificação do operador da PEMT, é em relação aos equipamentos que este operador pode operar.

Alguns apresentam certificados que fazem referência a um modelo específico de equipamento. Outros certificados definem similaridades baseadas no entendimento que o instrutor ou a empresa de treinamento têm, como por exemplo, máquinas elétricas e máquinas a diesel; ou máquinas até 16 metros de altura de trabalho e máquinas maiores; e outras definições de similaridades que a criatividade permite!

A classificação é sim permitida, pois no anexo IV da NR18 estabelece, entre outros requisitos, que o treinamento deve ser no modelo ou similar. Só que esta norma regulamentadora não define essas similaridades!!

De fato, existe uma forma muito mais coerente de fazer esta classificação. E esta forma está definida na NBR 16776! Aliás, utilizar uma norma técnica como referência para esta classificação é uma atitude muito mais assertiva e coerente. Além de estabelecer uma linguagem comum a todos!

A classificação definida na NBR16776 está dividida em duas informações: Grupo e Tipo.

A classificação de grupos está descrita da seguinte forma:

Grupo A

PEMT na qual a projeção vertical do centro da área da plataforma, em todas as configurações de plataforma na inclinação máxima do chassi especificada pelo fabricante, está sempre dentro das linhas limítrofes de inclinação.

Grupo B:

PEMT que não estão no grupo A, ou seja, PEMT nas quais o cesto está fora das linhas limítrofes de inclinação.

Calma!!

Como é possível verificar, a definição de grupos de uma PEMT é uma definição de engenharia. Está baseada na estabilidade do equipamento e na sua capacidade de manter a carga sempre dentro dos apoios do equipamento (grupo A) ou então os equipamentos onde a carga pode ser projetada para fora dos apoios do equipamento (grupo B). Ou seja, máquinas apoiadas e máquinas em balanço.

Ok, vamos simplificar ainda mais, mas: sem perder o correto entendimento dos grupos.

Como vimos no texto da norma, para classificar em A ou B, devemos entender duas informações, a primeira é o centro da área da plataforma e a segunda é linhas limítrofes de inclinação.

A primeira é fácil. Basta olhar para o piso do cesto e imaginar o cruzamento das duas diagonais! Pronto, para a nossa classificação este ponto é o centro da plataforma.

Apesar do linguajar rebuscado, a segunda informação não é tão difícil assim. Quando falamos de linhas limítrofes de inclinação ou linhas limites de tombamento, estamos fazendo referência aos apoios do equipamento, sejam estes por pneus, esteiras ou patolas/estabilizadores.

Dessa forma, unindo os pontos de apoio temos as linhas, que unidas formam uma área.

Pronto. Agora é só observar se aquele ponto que você definiu no cesto (cruzamento das diagonais!), quando projetado no solo, cai dentro da área formada pelos pontos de apoio. Se a sua resposta é sim em todos os casos, inclusive nos limites de carga, altura e projeção horizontal, então você está diante de um equipamento do grupo A. Caso seja possível que este ponto fique fora, então trata-se de um equipamento do grupo B. Simples assim!

Dessa forma, os equipamentos com elevação vertical (por exemplo as tesouras) são do grupo “A”, já os equipamentos de lança (articuladas ou telescópicas), que para manter a estabilidade necessitam equilibrar a carga no cesto com alguma outra carga, como por exemplo um contrapeso, são as PEMT do grupo “B”.

A classificação quanto ao tipo é bem mais simples de entender. Esta classificação está dividida em três e é relacionada ao deslocamento do equipamento. Está escrito da seguinte forma:

PEMT tipo 1:

PEMT para a qual é permitido o deslocamento somente quando ela estiver na posição retraída;

PEMT tipo 2:

PEMT para a qual o deslocamento com o cesto na posição de deslocamento elevada é controlado a partir de um ponto no chassi;

PEMT tipo 3:

PEMT para a qual o deslocamento com o cesto na posição de deslocamento elevada é controlado a partir de um ponto no cesto.

Dessa forma, as PEMT tipo 1 são chamadas de estáticas, pois não permitem deslocamento durante o trabalho em altura. Só é possível deslocar o equipamento quando estiver recolhido.

Uma característica muito comum nestes equipamentos é a presença de patolas/estabilizadores, que devem ser estendidos até tocar o solo antes da elevação do cesto.

Já as PEMT do tipo 2 e 3 são chamadas de móveis, pois permitem o deslocamento do equipamento quando este estiver elevado.

A diferença é que os equipamentos do tipo 2 possuem comandos de deslocamento no nível do chassi, ou seja, nos controles de solo. Já as do tipo 3 só possuem controles para o deslocamento do equipamento no cesto.

Você provavelmente nunca viu e nunca vai ver um equipamento tipo 2. Isso mesmo, estes equipamentos são comumente chamados de especiais, com aplicações muito específicas.

Dessa forma, as PEMT são classificadas como: 1A; 1B; 2A; 2B; 3A e 3B. Sendo que as mais comuns são as 3A (tesouras) e as 3B (articuladas e telescópicas).

No setor elétrico encontramos uma boa quantidade de máquinas 1B, que são conhecidos também por cestas aéreas!

Veja alguns exemplos de PEMT:

Sobre o autor:

Roland Robert Colombari

Engenheiro mecânico e de segurança do trabalho e professor das disciplinas de Qualidade, Engenharia de Segurança do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações em cursos de graduação e pós-graduação em engenharia. Membro do CBI – Conselho Brasileiro da IPAF e qualificação como Instrutor Sênior da IPAF.

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